Prazer, Lizzie Mcguire
- A.C S.M
- 29 de mar.
- 4 min de leitura
Blog especial do fim de semana! Quem amou??
Hoje decidi ficar uma surpresa (pra não dizer agora) e resolvi compartilhar com vocês minha experiência cinematográfica de milhões. E, não, - antes de qualquer coisa -, não é mais um indicado da vida.
Trata-se de uma obra prima dos anos 2000. Quem é cinéfilo de verdade sabe que esse foi o ano auge da Disney, trabalhando com sonhos adolescentes, aventuras malucas, trilha sonora chiclete e, claro, um bom romance clichê.
O assunto de hoje é ninguém mais ninguém menos do que a loirinha mais querida, Lizzie, mais conhecida também pelas trapalhadas, comportamentos emocionados de alguém esperançoso e que está crescendo. Ou seja, uma garota comum, passando por momentos tão vergonhosamente comuns.
Já adianto que eu não vi a série, então minha opinião será total e unicamente baseada no filme. O que não é necessariamente algo ruim, só pode ser considerado um pouco limitante, mas nada que irá me abalar ou estragar essa "resenha"
A jornada da nossa querida protagonista na grande Roma fez vinte e quatro anos (se meus cálculos nem um pouco confiáveis estiverem certos) e eu, como a imperfeita amante de comédias românticas, nunca tinha sonhado em conhecê-la. Considero uma vergonha agora e um ABSURDO tremendo.
Não estou exagerando e quem considera um exagero é porque nunca viu o filme - ou viu errado, então trate de ver de novo, ok? - mas, enfim, não estou aqui para criticar e, sim, para lançar a seguinte questão:
POR QUE NÃO CRIAM MAIS FILMES ASSIM?
Certo, narrativas que seguem a fórmula do astro pop gatinho ou a mocinha estranhamente parecida com alguma famosa rica se transformou em uma coisa ultrapassada. É difícil trabalhar com algo nessa mesma linha que não copie demais do que já foi feito e sem correr o risco de ficar maçante.
No entanto, se formos analisar, Lizzie Mcguire tem tudo aquilo que costumavam trabalhar e lucrar aos montes. Startruck, Camp Rock, High School Musical, Lemonade Mouth, Hannah Montana, Programa de proteção para princesas, A nova cinderela (suas diversas variações inclusas) entre outros.
"Mas o que todos esses tem em comum? Adolescentes cantando? " vocês perguntam e eu, como uma mera amante da ficção respondo, também, mas não é só o quesito musical que une essas narrativas.
Existe algo intrínseco em cada roteiro, embora os personagens possuam seus dilemas, personalidades e aspirações capazes de os discernirem minimamente. As histórias desse período tão marcante são conectadas pela leveza da autodescoberta.
Crescer é uma tarefa difícil, mas vai dizer que quando Troy Bolton cantava no meio daquele campo vasto de golfe com aquele cabelinho Justin Bieber dele você não se sentia abraçado? Estranhamos a situação no começo, mas nos identificamos porque ele lida com os problemas dessa forma, cantando.
E, sinceramente, se for mesmo pra escolher entre chorar e cantar a respeito daquilo que tanto te aflige, mil vezes arriscar errar algumas notas e, de bônus, poupar algumas lágrimas.
O foco principal aqui é mostrar que crescer é sim uma - desculpe o vocabulário de agora - uma barbárie e, muitas das vezes em que crescemos, desejamos voltar a nossa infância. Sempre tem aquela vontade de aproveitar mais ou, sei lá, rever aquele brinquedo especial, comida conforto ou brincadeira nostálgica.
Enredos com adolescentes vivendo aventuras surreais convida o telespectador a aspirar por mais, ousar mais, projetando em seu subconsciente a vontade de ousar. Com Lizzie Mcguire, os obstáculos são impostos de forma sútil, sem forçar situações trágicas e sim mostrar reações da protagonista que qualquer pessoa poderia facilmente se identificar, justamente por serem humanas, tão comuns, mas mesmo assim bem recebidas ao serem mostradas.
Não estou aqui para ditar regras e parecer uma titia das antigas, exaltando os meus tempos dourados, até porque, como qualquer década, ele também teve suas falhas. No entanto, acredito que essa geração precise de mais conteúdos assim, mostrando os dilemas de uma maneira descontraída, mas sem perder a essência da mensagem.
Quando nos identificamos com alguma coisa, aquilo deixa de ser algo nosso e, consequentemente, não sentimos tanta solidão assim. Encontrar Lizzie nas telas despertou aquele meu lado despreocupado, o mesmo que só quer salvar músicas aleatórias para cantar no chuveiro e montar coreografias malucas.
Os pais dela tem uma união estável (aparentemente saudável), ela dá escapadas no meio da excursão da escola em Roma com um cantor famoso, o melhor amigo leal gosta dela, o irmão é um pestinha irritante, a ex-melhor amiga e atual inimiga é bastante contraditória e, juntando tudo isso, além de uma trilha sonora contagiante, dançamos no meio da sala sem perceber.
Em resumo, nenhum filme da listinha teen tem um sofrimento carregado, mas não deixa de ser significante ou ter uma mensagem importante. Sempre entrega algo, como, por exemplo, o receio justificável de Lizzie não viver as tais "aventuras" e não aproveitar essa nova versão de Roma dela, longe dos vexames que passou na escola. Em contrapartida, ela hesita em vários momentos, apesar de querer se entregar as vivências da viagem.
Essa dança desengonçada de interesses faz parte da construção desses jovens e faz parte da nossa trajetória conflituosa. Somos confusos, estamos crescendo e, - não necessariamente - tendo um caso em Roma ou formando uma banda de excluídos com a Bridget Mendler.
Como mensagem final, apenas recomendo que assistam essa loirinha em ação e SE DIVIRTAM. Sério, passa extremamente rápido.
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