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O circo chegou sem aviso...

  • Foto do escritor: A.C S.M
    A.C S.M
  • 1 de mai. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 19 de mai. de 2024



Olhe quem voltou, literatas e literatos! Depois de um mês e um dia ausente, cá estou eu!


Antes de qualquer coisa, venho me defender e usar a boa e velha carta de "falta de tempo" como justificativa dessa vez. Uma coisa que contam, mas muitas vezes você só sabe quando for a sua vez é que ser do terceiro ano do ensino médio te consome.


Mas vou deixar os dramas de lado, porque na resenha de hoje trago muitas risadas e magia no ar! Um universo escrito pela aclamada Erin Morgenstern.


Não darei spoilers, mas posso dizer que a autora de "O mar sem estrelas" deu muito o que falar.



Como a maior parte dos livros da minha amada lista, comprei esse pela capa. Na base da loucura e puro instinto primitivo, decidi me aventurar e selecionar o livro da editora Morro Branco (arrasando nas edições capa dura)


Não me orgulho dessas atitudes, MAS não me arrependo nem um pouco. Até porque, assim como "Dessa vez é real" essa história vai muito além de uma estética elaborada e atrativa para o leitor consumidor, possui conteúdo.


Tudo começa com o circo e tudo o que sabemos pela contracapa é que ele chega sem aviso. Está em um lugar, mesmo que ontem simplesmente não estivesse, em um estalar de dedos e durante um piscar inconstante de olhos.


Um tanto quanto misterioso, não? Não há outras informações aprofundadas, o que instiga e atiça a curiosidade. Li não sabendo ao certo o que esperar, meio receosa porque, na minha cabeça, dificilmente encontraria uma boa leitura por acaso.


Bem, foi o que aconteceu. Acabei não só encontrando uma boa leitura, como uma PRECIOSIDADE no meio de toda minha estante e, com toda sinceridade, me questiono severamente COMO e PORQUE não tinha lido ele antes.


Me aventurei em todas as 430 páginas e, sentindo ser pouco, ainda tive um bônus de entrevista com a autora. Por alguma razão me senti mais próxima ainda dela e do próprio circo.


Le Cirque Des Rêves abre suas portas para qualquer um que esteja disposto a pagar pelo ingresso, não somente isso, como aqueles que se sentem misteriosamente atraídos para o ar de mistério que ronda as lonas pretas e brancas. Desde o princípio atiçou minha curiosidade.


Dentro da narrativa existe curtos capítulos entre o desenrolar do enredo principal que convida o leitor do outro lado das páginas a entrar e fazer realmente parte daquilo. Somos visitantes, estamos envolvidos na história até o final e isso é magnífico.


O Circo da Noite entrega uma experiência completa. Carrega ilusões, questões que passam da realidade pra ficção (e vice-versa), além de um redemoinho de sensações com toque de caramelo e pipocas com cobertura de chocolate.


A escrita dessa mulher é alarmante de tão presente. A cada instante minha mente construía os cenários, justamente porque as palavras da Erin instigavam ela cada vez mais, como se desse um combustível em cada descrição precisa de cenário.


Não sei dizer ao certo se é porque ela tem formação nessa área de teatro (e provavelmente experiência) mas toda mínima interação entre personagens se desenrolou como um filme na minha mente. Os efeitos especiais me arrancaram suspiros e vez ou outra interrompia a leitura fluída para suspirar e ficar "então isso aconteceu dessa maneira?!"


Sempre tive imaginação quando se trata da leitura, mas a qualidade da escrita me pegou desprevenida. Surpreendentemente tudo ao meu redor perdeu a cor, mas não de uma forma ruim.


Os Rêveurs e seus cachecóis vermelhos marcam qualquer lugar que passam, aventurando-se pelas tendas. Falando nelas, cada uma é especial e construída com um propósito, não é apenas encantar e prender os visitantes, mas sim marcá-los e servir como meio de comunicação principal entre Marco e Celia.


A maneira que alterna os anos e os pontos de vista para, no final de tudo, conectá-los, traz uma satisfação indescritível. É como se cada estrelinha perdida no céu noturno se unisse para formar uma enorme constelação.



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Digamos que não há um protagonista, percebi no meio de minha leitura que o único destaque é o próprio circo. Ele é o responsável por unir todos da trupe e fora dela.


Celia Bowen é filha de Prospero (o Mágico) e Marco foi adotado pelo homem de terno cinza. Enfim, nosso mocinho e nossa mocinha não tem um crescimento comum e seu desenvolvimento é o que nos influencia a ficar perto e querer acompanhar mais da jornada deles.


Entre parágrafos e apresentações de ilusionismo, eles ficam mais próximos e, bem, torna-se um problema. O problema em questão não vou dizer, assim você fica mais curioso e procura saber (ps; vai me agradecer por isso depois)


A descrição do cenário não é a única coisa impressionante, os figurinos e os trajes se sobressaem conforme a narrativa flui. Ocorre uma construção de cores quando estão fora do circo e, dentro dele, tem a mesma variação preto e branco, mas sem perder a essência fantástica.


Confesso que jurei já ter visto o filme do livro, de tão verdadeiro e real que as imagens se tornaram. As descrições ganharam vida e, com isso, seu próprio filme dentro da minha cabeça.


Com uma pitada de "O rei do Show" e Neil Gaiman, a proposta é original e entrega mais do que promete. Mostra todos os envolvidos pelo circo e traz a reflexão se aquilo seria ou não uma espécie de prisão.


Agora fiquem com um de muitos trechos favoritados! Se não te convenci a ler até aqui, talvez essa frase dê conta do recado.

A vida nos leva a lugares inesperados ás vezes. O futuro nunca é imutável, lembre-se disso.

Depois de ler, quero que me responda: Magia ou ilusão?



Esse é meu último ato do dia

Por aqui fico e me despeço

Adios, literatas <3





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